Postado por Lígia Silvestre em 02 de maio de 2025

Gerações e Flexibilidade: Alinhando expectativas para reter talentos

A discussão sobre modelos presencial, remoto e híbrido deixou de ser mera tendência para se tornar questão estratégica nas empresas. Segundo pesquisa da Solides com 400 profissionais, 48% consideram o formato híbrido o ideal, mas as escolhas mudam conforme a faixa etária: 36% dos que preferem exclusivamente o home office são da Geração Z (1997–2012), ao passo que 34% dos que optam pelo trabalho 100% presencial pertencem aos boomers (acima de 60 anos). Esses números mostram que conhecer as especificidades de cada geração é fundamental para criar uma política de trabalho flexível capaz de reter talentos.


Preferências por geração
A Geração Z valoriza a autonomia e a integração com ferramentas digitais, enxergando no home office não só praticidade, mas também liberdade para mesclar vida pessoal e profissional. Os millennials, por sua vez, buscam o equilíbrio entre dias remotos e momentos presenciais, onde podem aproveitar conveniência e oportunidades de aprendizado e networking. Já a Geração X preza pela estabilidade de horários bem definidos, conciliando o rendimento do trabalho em casa com a vivência colaborativa no escritório. Por fim, os boomers mantêm maior apego ao ambiente físico: para eles, a rotina de deslocamento e o convívio face a face conferem segurança, senso de pertencimento e facilidades de comunicação informal.


Motivações e cultura de trabalho
A discrepância entre gerações reflete não apenas familiaridade tecnológica — nativos digitais veem nas plataformas online prolongamento natural de sua socialização — mas também diferenças de valores. Enquanto jovens associam flexibilidade a maior controle sobre o próprio tempo, profissionais mais experientes encaram o trajeto até o escritório como demarcação clara entre os papéis pessoal e profissional. Culturalmente, o escritório permanece palco central de networking e troca espontânea para a Geração X e os boomers, ao passo que gerações mais novas constroem redes internamente por meio de chats, videoconferências e ambientes colaborativos virtuais.


Riscos de uma política inflexível
Adotar um modelo único pode afastar talentos de perfil diverso. Restringir o home office faz com que muitos da Geração Z procurem empresas mais alinhadas ao seu estilo de trabalho, enquanto obrigar boomers ao remoto pode gerar isolamento, queda de motivação e produtividade. Essa desconexão entre expectativas e práticas organizacionais tende a elevar absenteísmo e turnover, trazendo custos adicionais e afetando o clima interno.

Para minimizar esses impactos, o ideal é implementar um framework de trabalho que combine escuta ativa, permissões claras para cada formato e revisões periódicas, garantindo que todos os profissionais encontrem no modelo adotado condições para se desenvolverem e contribuírem de forma sustentável.


Como estruturar uma política flexível de trabalho

  • Diagnóstico interno
  • Realizar pesquisa de clima e preferências de trabalho por geração
  • Mapear funções que exigem presença física (infraestrutura, atendimento)
  • Definição de parâmetros
  • Estabelecer o que é permitido em cada modelo:
  • Horários de trabalho
  • Dias obrigatórios no escritório
  • Regras de segurança de dados
  • Criar um guia de conduta para todos os colaboradores
  • Comunicação clara
  • Divulgar a política por meio de manual interno e workshops
  • Incluir sessão de perguntas e respostas para esclarecer elegibilidade e processo de solicitação
  • Ferramentas e infraestrutura
  • Fornecer equipamentos e suporte de TI adequados para home office
  • Garantir no escritório:
  • Salas de reunião bem equipadas
  • Ambientes colaborativos
  • Estações de trabalho confortáveis
  • Gestão do trabalho
  • Definir indicadores e metas claras para cada função e equipe
  • Realizar reuniões regulares de alinhamento e feedback (one-on-ones, stand-ups)
  • Capacitar líderes para supervisionar de forma efetiva em ambientes híbridos
  • Utilizar dashboards e ferramentas de acompanhamento de tarefas e resultados
  • Promover cultura de responsabilidade, autonomia e prestação de contas
  • Acompanhamento e ajustes
  • Monitorar indicadores-chave: satisfação, produtividade, absenteísmo e turnover
  • Revisar e ajustar a política trimestralmente com base no feedback dos colaboradores


 Benefícios de uma política flexível

  1. Atração de talentos: empresas que oferecem opções de trabalho diversificadas têm vantagem competitiva em processos seletivos.
  2. Retenção e engajamento: ao atender expectativas de diferentes gerações, reduz-se o turnover e aumenta-se o comprometimento.
  3. Produtividade adaptada: profissionais escolhem o ambiente que melhor contribui com seu foco e criatividade.
  4. Resiliência organizacional: modelos flexíveis permitem resposta rápida a crises, como já evidenciado durante a pandemia de COVID-19.


Os dados da Solides deixam claro que não existe “tamanho único” para o modelo de trabalho ideal. A Geração Z tende a buscar a comodidade e autonomia do home office, enquanto os boomers valorizam a estrutura e a convivência proporcionadas pelo escritório. Para construir uma política de trabalho que atenda a essa diversidade e minimize riscos de retenção de talento, é fundamental adotar uma estratégia flexível, apoiada em diagnóstico, comunicação transparente, infraestrutura adequada e revisão contínua. Assim, sua empresa estará preparada para potenciar o engajamento e a produtividade de profissionais de todas as gerações, consolidando-se como um ambiente de trabalho moderno e inclusivo.


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